quarta-feira, 22 de maio de 2013





O valor de uma categoria, de um profissional não pode estar limitado a uma data. Longe disto, penso que o valor está intrínseco. Datas e outras exterioridades servem apenas para mercantilizar as pessoas como objetos visando o consumo. Assim acontece com o dia das mães, dias das crianças, Natal, entre outros.

O pedagogo é hoje um profissional que tem uma gama ampla de possibilidades para atuar. Diria que, em face da complexa teia social, o pedagogo é o profissional que mais oferece condições para mediar as relações humanas em direção a um equilíbrio mais sadio. Nos diversos campos em que somos convidados temos a missão de tornar o ambiente pedagógico, acolhedor, permear as múltiplas possibilidades de convivência com o diverso.

As relações humanas estão mais complexas. Com esta percepção clara, concebe-se cada dia mais dificuldades nas relações sociais mais amplas. Os comportamentos mudam de forma muito rápida. Valores e modos de ser alteram-se sem análises mais profundas. Os comportamentos individuais, dualizados por toda esta (des)orientação subjetiva são transferidos para os diversos campos de trabalho. Os reflexos são conflitos que precisam ser mediados e orientados para desafios que permitem a convivência do revolucionário com o tradicional e conservador.

O pedagogo, quando devidamente formado, tem uma visão ampla do comportamento humana. É ele que pode conduzir os conflitos modernos para uma arena onde os diversos se aglutinam. Forças contrárias e diferentes não são entraves para novas formas de harmonias. A construção destas novas perspectivas obedece a um entendimento pautado na compreensão dinâmica das relações entre homens e mulheres. Novos comportamentos, novos desafios, novas “crises”, exigem olhares amplos e com amplas visões de homem e de mundo para encontrar onde as teias podem ser interligadas. O pedagogo tem esta visão e esta formação.

O pedagogo, porém, não é milagreiro. Não estamos preparados para salvar e redimir a sociedade da “torre de babel” que está sendo erguida. Uma sociedade que se transforma ela mesma em produto e reifica todas as relações á luz do mercado consumista, não pode ter um final feliz. Como pedagogos somos sim, alertados para pedagogizar as relações no sentido de recuperar valores, princípios, modos de ser que se mostram necessários para não culminar e terminar em niilismo relacional humano, em que o único valor é a relação de troca, de utilidade.

Ao lado do novo, do irruptivo, do difuso, do próprio confuso, compreende-se a urgência de equilibrar e aproximar diferenças. As diferenças precisam de equilíbrio. Mesmo, e ainda que, a diversidade sugere o respeito a todos, nem todo “todos” encaixa-se no limite da própria diversidade. É um erro pensar que todos podem construir a sua liberdade e a sua própria ética. A individualização dos pensares, do agir, do ser e não ser, provocará nada mais do que um egoísmo isolado, narcísico e que tornará as relações ainda mais distantes de uma humana solidariedade.

O pedagogo está convidado para uma missão de mediador das relações sociais mais amplas. Estas relações, em sua complexidade não encontram limite. Elas se fazem presentes em todos os entornos sociais. Todas as nossas ações, em todos os espaços tornam-se pedagógicos. Estamos em plena sociedade pedagógica. Em meio a tudo, o homem não encontra caminho seguro para resolver seus conflitos subjetivos e objetivos. O pedagogo tem muito a contribuir para harmonizar e acalmar o ser relacional em meio a um mundo em que a única certeza é a incerteza. No conhecimento humano, na visão de homem e de mundo que o pedagogo tem como característica há uma possibilidade de equilibrar os conflitos em favor de uma coerente convivência entre os mais estranhos diversos que circulam na diversidade humana.

Pedagogo, teu dia é todo dia!


Fonte: http://www.artigos.com/artigos/humanas/educacao/dia-do-pedagogo.-23430/artigo/#.UZpVNaLFUsc

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